5 de dezembro de 2008
Beatles num Céu de Diamantes
Sempre que o tema é Beatles, lembro da minha mãe, totalmente apaixonada, falando de sua adolescência sem muito acesso ao que estava bombando no mundo, ouvindo discos de vinil de Roberto, Erasmo e dos Beatles. Mesmo numa época em que a informação chegava lentamente ao Terceiro Mundo, a música foi capaz de conquistar corações e marcar uma geração para sempre.
Dessa vez fui ao teatro para assistir "Beatles num Céu de Diamantes". Mas Bruna, isso não é do seu tempo!, diriam alguns. Enganam-se... a obra desse grupo já transcendeu, há muito, as barreiras entre gerações. Beatles é atemporal, é riquíssimo, é maravilhoso...
Trata-se de um musical da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho, feito com o elenco já conhecido das outras peças como 7 - o musical ou mesmo Ópera do Malandro. É um espetáculo emocionante, até para quem não conhece os rapazes de Liverpool.
Inicialmente assustei-me com a simplicidade do cenário, composto somente por algumas escadas e adereços que se resumem a malas e guarda-chuvas. O elenco é formado por 11 atores-cantores e mais 3 músicos (teclados, violoncelo e percussão). Eles são as estrelas, não precisam de muita estrutura, pois o recado é dado no gogó. E quanto gogó!
Uma das primeiras músicas: Hey Jude. Já podia ter acabado ali. Que voz de anjo da atriz/cantora, que interpretação linda! Arrepiei todinha.
Agora, o que me surpeendeu no espetáculo foi o fato de não haver texto, somente músicas. Não há uma história, um roteiro, mas uma intenção, uma trama. Nas perfeitas palavras do meu querido amigo Bruno Camurati: "São pequenas histórias, pequenas relações, que vão sendo costuradas pelas músicas belissimamente interpretadas pelo elenco. Eles, por exemplo, juntam todas as canções com nomes próprios, culminando num Hey Jude agudo e belo. Algumas outras músicas ganham releituras divertidas, como A Hard day´s night, Yellow Submarine e Obladi Obladá. E torna-se uma experiência curiosa na medida em que você vai tentando entender o que se passa na cena, e o que aquela música te faz sentir." (Bruninho, eu não poderia ter explicado melhor, afinal vc é o profissional da área!)
Destaque absoluto: a junção de Yesterday com Let it be, onde um casal interage, cada um cantando uma canção diferente, com a mesma harmonia. Minha amiga Danie foi às lágrimas.
Enfim, dispam-se de preconceitos! Esse é um musical pra ver, ouvir e principalmente curtir - e entender porque os Beatles deixaram seu marco na história da música!! Simplesmente maravilhoso!
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