2 de março de 2009

O Casamento de Rachel


Um drama familiar, intenso, contrariando o estilo usual do cinema norte-americano. No mínimo, recomendável!
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Pesoalmente, assistir a "O Casamento de Rachel" foi bastante marcante. O dia de ontem foi a conclusão de um processo iniciado com a leitura de "A Cabana", quando comecei a refletir sobre a necessidade do perdão no nosso círculo mais íntimo (a família) como forma de libertação de amarras profundas.
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E a pregação de ontem na igreja veio exatamente nesse sentido. Meu querido Pastor Antônio, sempre coerente e lúcido em suas colocações - e bastante influenciado pela leitura de "A Realidade Socialmente Construída" -, está engajado em demonstrar a necessidade da ruptura de paradigmas sociais para o alcance de um relacionamento mais íntimo com Deus. Ele explica que instituições (como a família e a igreja) podem criar traumas e bloqueios que dificultam nossa relação com o Pai.
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O filme fala justamente sobre esses bloqueios, só que apenas no âmbito familiar: a imensa barreira construída entre pessoas de uma família e a dificuldade de rompê-la.
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Jonathan Demme é diretor de um dos maiores vencedores do Oscar da história que é “Silêncio dos Inocentes”, um dos poucos filmes a ganhar os 5 principais prêmios.
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O filme traz no papel principal Anne Hathaway, como Kim, uma ex-viciada, que volta pra casa às vésperas do casamento da irmã Rachel. Essa reunião familiar levanta questões delicadas, como a morte de um irmão mais novo (em um acidente de carro provocado por Rachel "chapada"), a separação dos pais, o próprio relacionamento entre as irmãs Kim e Rachel.
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Anne Hathaway realmente dá um show de interpretação. Estou certa de que agora essa menina vai ser levada a sério e espero não vê-la mais em filminhos sobre princesas e cinderelas (com exceção de "O Diabo veste Prada", que foi sensacional).
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Em síntese, o filme coloca que as famílias têm problemas, se amam, e tem uma grande dificuldade em aprender a conviver com tudo isso, sendo sempre a saída mais fácil jogar tudo pra baixo do tapete. Só que, em um determinado momento, tudo vem a tona de uma forma muito forte.
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Filmado com câmera na mão e com cenas quase em tempo real, o filme busca características mais de um documentário. Isso não agradou a minha amiga Carol. De fato, é uma linguagem diferente e um pouco cansativa, mas ajuda a injetar mais carga dramática, meus sentimentos foram aflorando com o passar do filme, seguindo a panela de pressão emocional dos personagens.
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Enfim, com sentimentos intensos e bagunçados, o "Casamento Rachel" emociona, faz pensar e diverte. Valeu a pena só pela cerimônia de casamento (a mais maluca que já vi na minha vida!).

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