14 de junho de 2010

Muito amor...

"Que os seus lábios me cubram de beijos! O seu amor é melhor do que o vinho". Cantares 1:1

Ai ai gente, eu definitivamente adoro amor de velhinho!

Estava eu outro dia parada num engarrafamento na Av. Presidente Vargas - altura da Central do Brasil - quando vi uma cena inusitada: um casal de idosos de braços dados, suportando um ao outro, tentando atravessar a rua.

Passos lentos, cabelos brancos, peles enrugadas, costas curvadas. Porém juntos. Carregando um ao outro, fazendo companhia um ao outro, suportando o peso um do outro para que não caíssem.

E aí fiquei pensando como é difícil ver hoje em dia esse tipo de companheirismo. A gente geralmente vê casais mais velhos brigando, se desententendendo, trocando farpas, implicâncias. É até cômico ver tanta ranhetice.

Contudo a demonstração de amor e afeto entre idosos é bem rara e tão linda...

Pensando nisso, me lembrei de um filmaço que vi pela primeira vez há algumas semanas: "Diário de uma Paixão". Praticamente inescusável para uma cinéfila nunca ter visto esse filme antes. Muito tocante. 
Todo dia um homem visita uma senhora com sérios problemas de saúde que prejudicaram irreversivelmente sua memória. Em cada uma destas visitas, ele lê para ela um capítulo de uma linda história de amor, que começa assim:

"Noah era um jovem operário numa pequena cidade. Allie era uma garota rica e culta da capital. Eles se conheceram num parque de diversões e, apaixonados, viveram o mais intenso verão de suas vidas. Porém, por imposição da família de Allie, o jovem casal teve que se separar. Veio a 2a. Guerra Mundial e Allie conheceu um soldado de família tradicional que a pediu em casamento. Sete anos mais tarde, às vésperas de seu casamento, Allie reencontra Noah e tudo vem à tona outra vez, colocando a jovem em um terrível dilema, com o coração dividido entre seu primeiro amor e o belo rapaz que pode lhe oferecer a vida tranqüila que sua família sempre sonhou."

Esse senhor conta essa história como se estivesse lendo um livro de ficção, mas que na verdade era a própria história de vida deles. E, por um minuto, a senhora tem um momento de lucidez. Eles se beijam, dançam juntos e celebram aquele tenro e jovem amor, apesar de corpos velhos e desgastados.

Isso é tão surreal numa sociedade de casamentos-relâmpago, lares desfeitos e amores efêmeros!

Esse tipo de, não só amizade e companheirismo, mas amor mesmo - profundo carinho, admiração, dedicação e bem-querer. Tipo aquela pessoa já ser parte de você.

Fiquei pensando que é justamente isso que deveríamos perseguir.


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