4 de setembro de 2009
O que fazer?
Às vezes há situações em que simplesmente não sabemos o que fazer. Problemas cuja solução não depende de nós propriamente e geram aquela frustração tremenda. É o que está acontecendo aqui na minha rua.
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Em frente ao meu prédio tem um ponto de ônibus. Há mais ou menos uns 6 meses, uma moça com evidentes problemas mentais "se mudou" pra esse ponto. Ela passa o dia todo sentada, olhando pro nada e conversando por vezes com objetos, tipo pratos e copos. Ela é jovem, bonita e absolutamente inofensiva. Não incomoda ninguém, não fala com ninguém, não pede dinheiro nem comida. Nada. Mas ela está ali, ocupando aquele espaço. E isso incomoda todo mundo.
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Muitos já tentaram puxar assunto com ela: o dono do mercadinho, o bicheiro, a moça do churrasquinho, o gerente da padaria. Ela não diz a ninguém qual o seu nome, não responde a perguntas. Só se sabe que ela tem família e que essa família mora nas redondezas, nada mais. Isso porque uma vez ela deu um número de telefone a um morador da rua e ele ligou. Do outro lado da linha disseram "ela não quer ficar em casa, de vez em quando volta, toma banho, mas depois vai pra rua de novo".
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Cara!
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Minha primeira sensação foi de revolta. Como uma família deixa uma moça jovem com problemas na cabeça sair de casa voluntariamente e ficar semanas fora?! Ainda que essa família seja pobre e/ou ignorante, isso é muita negligência...
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Depois veio aquele sentimento de "tenho que fazer alguma coisa pra tirar ela daqui". Deus me perdoe, mas no início esse desejo foi mais pelo incômodo que aquela figura me causava do que pela sua vida em si.
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E por fim (e esse deveria ter sido o primeiro e não o último sentimento), veio a compaixão pela vida dela. Queria ajudá-la, encaminhá-la a alguma instituição, fazer alguma coisa. Mas o que fazer?
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Polícia? Não é o caso. Os PMs que estavam no mercadinho tomando água de côco disseram que eu deveria ligar pra Prefeitura. Ah tá, ajudou muito... Mas também não é caso de recolhimento a um abrigo, pois antes de ser uma mendiga, ela é uma pessoa doente.
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Pinel? Acho que seria o mais indicado. Mas não sou da família, como poderia solicitar uma internação?
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Enfim, os meses se passam e ninguém tem idéia de como ajudar essa moça. Se alguém tiver alguma dica, por favor me fale!
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